Sob a luz da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, as guerras – incluindo os conflitos armados e os embates econômicos – representam manifestações do atual estágio evolutivo da humanidade, ainda marcada pela predominância do egoísmo, do orgulho e da ignorância das Leis Divinas. Esses conflitos não são obras do acaso, mas consequências naturais da imperfeição moral dos homens, que, em sua maioria, ainda valorizam mais os interesses materiais do que os princípios espirituais.
Guerras e o Desequilíbrio Moral
As guerras são reflexos do desrespeito às Leis Morais, especialmente à Lei de Justiça, de Amor e de Caridade. Quando o orgulho se sobrepõe à humildade, e o egoísmo sufoca a fraternidade, abre-se espaço para a violência e a discórdia. O desejo de domínio, o apego à riqueza e a ânsia por poder são motores desses conflitos, que revelam o desequilíbrio espiritual coletivo.
Lei de Causa e Efeito
Conforme a Lei de Causa e Efeito, cada ação humana gera consequências inevitáveis. As guerras, portanto, são frutos de escolhas passadas, individuais e coletivas, marcadas por desrespeito às Leis de Deus. Aqueles que as provocam ou delas participam colherão, mais cedo ou mais tarde, os efeitos de suas ações, como forma de aprendizado e reparação.
Provas, Expiações e Oportunidades de Aprendizado
Embora dolorosas, as guerras oferecem, segundo a Doutrina Espírita, provas e expiações que promovem o crescimento espiritual. Aqueles que sofrem injustamente muitas vezes resgatam débitos do passado ou experimentam lições que aceleram seu progresso. Ao mesmo tempo, os que causam sofrimento serão chamados à responsabilidade, aprendendo pela dor os valores que ainda não compreendem pelo amor.
Influência dos Espíritos
Allan Kardec também nos alerta para a influência dos Espíritos desencarnados, que podem incitar ou agravar os conflitos humanos, explorando as fraquezas morais dos encarnados. No entanto, os Espíritos superiores também trabalham, incessantemente, para inspirar a paz e o entendimento, promovendo o bem por meio da consciência desperta de muitos.
Guerras Econômicas e o Materialismo
As chamadas guerras econômicas – disputas comerciais, exploração de povos e degradação social em nome do lucro – também são condenadas à luz da Lei do Progresso e da Lei do Trabalho. Embora o progresso material seja necessário, quando desconectado da ética e da justiça, ele se transforma em instrumento de opressão. A busca desenfreada por lucro fere a Lei da Sociedade, ao comprometer o bem-estar coletivo.
Transição Planetária
Vivemos, segundo os ensinamentos dos Espíritos superiores, um momento de transição planetária, em que a Terra caminha para tornar-se um mundo de regeneração. As guerras, nesse contexto, são os estertores de uma humanidade ainda presa a velhos vícios morais. A regeneração virá pela superação do egoísmo e pela vivência efetiva das Leis Divinas, especialmente da Lei de Amor.
Transformação Íntima: Caminho para a Paz
A Doutrina Espírita nos convida à transformação íntima como base da transformação social. Essa reforma consiste na aplicação prática das Leis Morais no cotidiano: agir com justiça, cultivar a caridade, desenvolver a humildade, respeitar o próximo e buscar a paz nas relações humanas. Cada mudança pessoal contribui para a construção de um mundo melhor.
Esperança e Consolação: O Futuro da Humanidade
Por fim, o Livro Quarto de O Livro dos Espíritos, intitulado Esperanças e Consolações, oferece luz ao futuro: mostra que o sofrimento atual é transitório, e que a justiça divina é perfeita. As almas que padecem hoje serão consoladas amanhã, e um mundo de paz aguarda aqueles que perseveram no bem. A vida futura, a continuidade da existência e a ascensão espiritual são a verdadeira pátria do Espírito.
Conclusão
A Doutrina Espírita oferece uma visão ampla e consoladora sobre as guerras e conflitos humanos. Ensinando que a paz não se conquista apenas com tratados e políticas, mas com a transformação moral dos indivíduos. Ao compreender e vivenciar as Leis Morais, e ao alimentar a esperança em um porvir melhor, cada ser humano torna-se um agente de paz e fraternidade. Assim, a humanidade poderá construir, gradualmente, um mundo onde o amor prevaleça sobre a violência, e a solidariedade triunfe sobre o egoísmo.
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