segunda-feira, 4 de agosto de 2025


18 DE ABRIL DE 1857: RAIOU PARA O MUNDO A ERA ESPÍRITA
- A Era do Espírito –
 

“O Livro dos Espíritos” e o nascimento de uma nova era para a humanidade

"O Livro dos Espíritos" é o código de uma nova fase da evolução humana.
— J. Herculano Pires, Introdução ao Livro dos Espíritos

A Alvorada de um Novo Tempo

Na manhã de 18 de abril de 1857, em Paris, um modesto volume chegava às livrarias sob o título “Le Livre des Esprits”O Livro dos Espíritos — com o subtítulo: Contendo os princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade — segundo o ensinamento dado pelos Espíritos Superiores com o concurso de diversos médiuns, recebido e coordenado por Allan Kardec.

Era uma data comum no calendário humano, mas que passou à História como o início da Era Espírita.

O Código da Nova Revelação

"O Livro dos Espíritos" não era apenas uma publicação doutrinária; ele representava, como afirma o filósofo J. Herculano Pires, “o código de uma nova fase da evolução humana.” Pela primeira vez, os Espíritos Superiores responderam sistematicamente a questões fundamentais da existência: De onde viemos? Para onde vamos? Qual o sentido da vida? Qual a lei que rege o Universo?

Essa obra inaugura o que Kardec chamou de Terceira Revelação, depois da revelação mosaica (representando a justiça) e da revelação cristã (representando o amor). A revelação espírita é, segundo ele, a verdade em sua forma racional, progressiva e dialogada, baseada em fatos, raciocínio e experimentação.

Uma Construção Coletiva e Universal

Ao contrário das obras de cunho individual ou místico, “O Livro dos Espíritos” nasceu de uma construção coletiva, fruto de comunicações mediúnicas recebidas por diferentes médiuns em diversas localidades, confrontadas, analisadas e organizadas metodicamente por Allan Kardec, que aplicou o rigor do método científico e filosófico na elaboração da obra. Como ele próprio esclarece:

“Não assentei nada levianamente nem com ligeireza; tudo foi submetido ao controle da lógica e da razão.”
— Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, item 231

Da Curiosidade ao Estudo Sério

Até aquele momento, os fenômenos das “mesas girantes” provocavam apenas curiosidade e divertimento na sociedade europeia. Mas com o lançamento de "O Livro dos Espíritos", o Espiritismo passou a ser reconhecido como uma doutrina de consequências filosóficas, morais e científicas profundas. Estava dado o primeiro passo para transformar manifestações fenomênicas em ensinamentos edificantes sobre a vida, o espírito e a lei moral.

O Marco de uma Nova Era

J. Herculano Pires, profundo conhecedor das obras de A. Kardec, sintetiza o impacto desse acontecimento com as seguintes palavras:

“18 de abril de 1857: data decisiva nos fastos do pensamento e da fé. Os céus desceram à Terra numa linguagem clara, lógica, objetiva, estabelecendo um diálogo fraterno entre os dois mundos — o dos vivos e o dos chamados mortos —, revelando que não há morte, mas apenas continuidade da vida em outras formas.”
— J. Herculano Pires, Introdução ao Livro dos Espíritos

Legado Vivo e Progressivo

O Espiritismo, como Doutrina codificada por Allan Kardec, não é um sistema fechado, mas uma revelação progressiva, constantemente aberta ao avanço das ciências e ao aprimoramento moral da humanidade. Seu objetivo maior é contribuir para a transformação moral do ser humano, alicerçada na razão, na fé esclarecida e na vivência do bem.

Em um tempo de tantas incertezas e desafios éticos, o marco de 18 de abril de 1857 continua sendo um farol para a consciência humana, convidando-nos ao estudo, ao diálogo e à transformação íntima.

Referências

  • KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 1ª ed. 1857. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB.
  • KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. 2ª ed. 1861. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB.
  • PIRES, J. Herculano. Introdução ao Livro dos Espíritos. Edicel, 1977.
  • Revista Espírita, abril de 1858.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

VALORIZANDO O TEMPO: REFLEXÕES ESPÍRITAS SOBRE AS HORAS VAZIAS - A Era do Espírito - Introdução O tempo é um presente divino que nos é dad...