sexta-feira, 8 de agosto de 2025

MÚSICA CELESTE: O COSMOS
E A JORNADA ESPIRITUAL DO HOMEM
- A Era do Espírito -

Introdução

Quando elevamos o pensamento ao infinito, imaginando a vastidão do Universo, somos convidados a refletir sobre nossa verdadeira dimensão diante da Criação. A Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, ensina que o Universo é obra de Deus, e que nele todos os mundos e seres cumprem uma finalidade definida, regidos por leis divinas perfeitas.

O estudo das estrelas e dos mundos não é apenas contemplação científica, mas também uma lição moral: a de que, apesar de nossa pequenez material, somos Espíritos imortais destinados à perfeição. A parábola cósmica aqui apresentada nos conduz a um olhar mais humilde e fraterno, integrando ciência, filosofia e espiritualidade.

A Grandeza do Cosmos e a Presença de Deus

A ciência material descreve a origem do Universo pelo fenômeno que denominou Big Bang, há cerca de 14 bilhões de anos. Para o olhar espiritual, esse momento não foi um acaso, mas a manifestação da vontade divina — o “Faça-se a luz” das Escrituras.

Bilhões de sóis e incontáveis planetas percorrem, silenciosos, as órbitas designadas, compondo a “sinfonia dos mundos” que Allan Kardec descreveu em A Gênese (cap. VI). Esse equilíbrio cósmico reflete a harmonia das Leis Naturais, revelando a inteligência suprema que as criou.

Mesmo os cometas — mensageiros errantes — cumprem funções de ordem e renovação, espalhando elementos que contribuem para a vida nos mundos, numa constante expressão da Lei de Progresso.

A Terra: Um Pequeno Mundo Entre Inúmeros

No conjunto da Criação, nosso planeta é apenas um ponto azul na imensidão sideral. Porém, nele se desenvolve uma das mais importantes experiências do Espírito: a escola da fraternidade e da moralidade.

O Livro dos Espíritos (q. 55) esclarece que existem inúmeros mundos habitados, destinados a diferentes estágios de progresso. A Terra é ainda um mundo de provas e expiações, onde os Espíritos reencarnam para reparar faltas e desenvolver virtudes.

A consciência dessa realidade convida à humildade: compreender que não somos senhores do Universo, mas aprendizes, auxiliares da obra divina. Tal percepção deveria inspirar a paciência diante dos problemas e favorecer o perdão, pois nossas querelas humanas se tornam ínfimas diante da eternidade.

As Moradas da Casa do Pai

Jesus afirmou: “Há muitas moradas na casa de meu Pai” (João 14:2). A Doutrina Espírita explica que essas “moradas” são os diferentes mundos que compõem o Universo, cada um servindo de estação de aprendizado para os Espíritos em diferentes graus de evolução.

Essas esferas são escolas variadas, nas quais progredimos tecnológica, intelectual e moralmente. Ao longo das reencarnações, percorremos diferentes mundos, enriquecendo-nos com experiências que ampliam nossa sabedoria e nos aproximam de Deus (O Livro dos Espíritos, q. 172 a 188).

A viagem espiritual é, portanto, cósmica: um roteiro de ascensão em que o destino final é a perfeição relativa e a união plena com o Criador.

O Chamado à Fraternidade Universal

Ao contemplar a grandeza do Universo, o Espírito sente-se pequeno, mas também protegido pela presença constante de Deus. Somos como crianças espirituais, ainda em processo de aprendizado, necessitando da orientação divina para fortalecer a fé, desenvolver a sabedoria e fazer do amor a base de nossas ações.

O Espiritismo ensina que a fraternidade universal não é uma utopia distante, mas uma meta inevitável inscrita na Lei de Progresso. Ao praticarmos a caridade, cultivarmos a paz e vivermos com alegria serena, plantamos as sementes do mundo regenerado — a próxima etapa evolutiva da Terra, quando o bem será a norma e a harmonia o idioma comum entre todos os povos e mundos.

Conclusão

O Cosmos é um livro aberto, onde cada estrela é um ponto luminoso que nos fala da presença de Deus. A visão espiritual da criação convida à humildade, ao respeito pela vida e ao esforço constante pelo nosso aperfeiçoamento moral.

Somos viajores da eternidade, destinados a transitar por mundos cada vez mais belos e harmoniosos, até que, purificados, possamos compreender plenamente a grandeza do Criador. Que a música celeste dos mundos nos inspire a viver em harmonia, conscientes de que, no imenso palco da vida universal, nossa maior tarefa é aprender a amar.

Referências

  • Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. FEB.
  • Kardec, Allan. A Gênese. FEB.
  • Kardec, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. FEB.
  • Momento Espírita. “Música Celeste”. Disponível em: https://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4164&let=M&stat=0.
  • Revista Espírita (Allan Kardec) – Diversos volumes.
  • Bíblia Sagrada, João 14:2.

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