quarta-feira, 23 de julho de 2025

FECUNDAÇÃO IN VITRO À LUZ DA DOUTRINA ESPÍRITA
- A Era do Espírito -

A evolução da ciência médica proporcionou inúmeros avanços na área da reprodução humana, entre eles a técnica da fertilização in vitro (FIV). Mas como compreender esse procedimento à luz da Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec? Quais os aspectos éticos e espirituais envolvidos nesse processo, especialmente quando olhamos também para as obras de Emmanuel e André Luiz (psicografadas por Francisco Cândido Xavier), e de Joanna de Ângelis (por Divaldo Pereira Franco)?

1. O Princípio Espiritual da Vida e a Concepção

Em O Livro dos Espíritos, questão 344, Kardec pergunta:

“Em que momento a alma se une ao corpo?”
— “A união começa na concepção, mas só se completa por ocasião do nascimento.”

A Doutrina Espírita ensina que a encarnação de um Espírito ocorre por meio da ligação fluídica com o corpo em formação, desde o momento da concepção. Assim, mesmo na FIV, essa união espiritual se dá no instante em que o óvulo é fecundado — ainda que fora do corpo materno.

Ou seja, a fecundação in vitro também pode ser um instrumento da reencarnação, desde que o Espírito reencarnante esteja designado para aquele processo, segundo os desígnios da espiritualidade superior.

2. Ciência e Espiritualidade: Instrumentos do Progresso

Kardec afirma em A Gênese, capítulo I:

“O Espiritismo marcha com o progresso e jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrarem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificará nesse ponto.”

A ciência, quando aliada à ética, é ferramenta do progresso humano e espiritual. As técnicas reprodutivas modernas não são contrárias à Lei Divina em si; o que importa é a intenção moral e o respeito à vida.

A espiritualidade pode atuar nesses processos de forma organizada, garantindo que os Espíritos designados para reencarnar o façam segundo os recursos disponíveis da medicina humana.

3. Emmanuel: A Bênção da Maternidade Consciente

Em O Consolador, questão 113, Emmanuel responde:

“A maternidade é um sacerdócio divino, e toda forma de facilitar o renascimento de almas no mundo deve ser recebida com respeito e responsabilidade.”

Assim, a fecundação in vitro pode ser entendida como um recurso digno, quando utilizada para amparar casais que desejam oferecer amor, lar e educação moral a Espíritos reencarnantes.

O Espírito Emmanuel valoriza sobretudo a maternidade consciente e responsável, e não o método técnico isolado. Portanto, o mais importante é a intenção espiritual que conduz o processo.

4. André Luiz: Planejamento Reencarnatório e Assistência Espiritual

Nas obras da série A Vida no Mundo Espiritual, especialmente em Missionários da Luz, André Luiz descreve com riqueza de detalhes como se dá o processo de reencarnação assistida, em que Espíritos superiores, sob a direção de instrutores como Alexandre, orientam os casais na Terra e preparam os Espíritos reencarnantes.

Esses relatos nos mostram que a espiritualidade tem domínio sobre os recursos da biologia. Mesmo no caso da fertilização artificial, há planejamento, escolha dos pais e acompanhamento do Espírito a ser reencarnado, considerando as necessidades evolutivas de todos os envolvidos.

André Luiz destaca também que a reencarnação envolve não só um corpo físico, mas laços de afeto, afinidade, responsabilidade e progresso, que se perpetuam além da forma de concepção.

5. Joanna de Ângelis: A Ética da Vida e a Responsabilidade dos Pais

A mentora Joanna de Ângelis, em várias obras psicografadas por Divaldo Franco, ressalta a ética da vida como valor central. Ela nos lembra que toda intervenção médica deve respeitar os direitos do Espírito reencarnante, sem transformar o dom da maternidade em objeto de consumo, vaidade ou comércio.

A fecundação in vitro é válida quando movida pelo amor, pela compaixão e pelo desejo sincero de cumprir um papel regenerador e educativo. Joanna também alerta para os riscos espirituais de processos que envolvem descartes de embriões, manipulações genéticas sem critério moral, ou aluguel de úteros por fins comerciais, que podem gerar consequências espirituais na forma de compromissos assumidos perante a Lei de Causa e Efeito.

6. Considerações Finais

A Doutrina Espírita nos convida a refletir com profundidade e serenidade sobre os avanços da ciência. A fecundação in vitro, quando realizada com responsabilidade, amor e respeito à vida, pode ser instrumento da reencarnação, atendendo às leis divinas e à justiça espiritual.

Mais do que a técnica, o que importa é a intenção moral, a dignidade do processo e o compromisso dos pais com o Espírito que retorna à Terra.

Divulgar esse entendimento é, também, um ato de caridade e esclarecimento, pois une ciência e espiritualidade na construção de um mundo mais justo, consciente e fraterno.

REFERÊNCIAS

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, questão 344.
KARDEC, Allan. A Gênese, cap. I.
EMMANUEL. O Consolador. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
ANDRÉ LUIZ. Missionários da Luz e Nos Domínios da Mediunidade. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
JOANNA DE ÂNGELIS. Diversas obras. Psicografia de Divaldo Pereira Franco.

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