sábado, 23 de agosto de 2025

ACOSTUMAÇÕES DO MUNDO MODERNO
E O CHAMADO ESPÍRITA À CONSCIÊNCIA
- A Era do Espírito -

1. A Indiferença Cotidiana: um Sintoma da Alienação Espiritual

No ritmo frenético do mundo moderno, nos habituamos a distrações que nos afastam da verdadeira essência da vida. A ausência de vistas para além dos muros dos apartamentos, o esquecimento do sol e do ar fresco — fazê-lo se torna quase inevitável em nossa rotina urbana.

Na visão espírita, essa alienação simboliza uma fragilidade moral e intuitiva: estamos perdendo contato com a natureza divina que reside em nós, os “Espíritos imortais”, frutos do Criador, nas palavras de Kardec. Seres criados para o amor podem se tornar mais suscetíveis ao desequilíbrio emocional, à pressa e à superficialidade existencial (O Livro dos Espíritos, Parte Terceira).

2. A Vida Moderna como Mundo de Provas e Expiações

Allan Kardec nos recorda que a Terra é um “mundo de expiações e provas” — um ambiente repleto de desafios cujo propósito é o nosso progresso moral. A rotina acelerada, a solidão mesmo na multidão e o distanciamento do ser humano consigo mesmo refletem o estado atual de provação da civilização humana, como já apontava a Revue Spirite em várias de suas edições do século XIX.

3. A Lei do Progresso e a Reconexão com o Essencial

A “Lei do Progresso” espírita esclarece que todos os seres evoluem em duas frentes: intelectual e moral. Os pequenos gestos de reaproximação com o belo — uma flor, um pôr do sol — são oportunidades de reencontro com a nossa essência, capacidades latentes de amar, contemplar, sentir. Esse despertar nos reconduz ao caminho do progresso moral e emocional que é parte da rede universal da evolução.

4. Recuperando o Olhar e o Afeto como Prática Espírita Diária

A Doutrina Espírita convida à transformação interior através do cultivo da caridade, da oração consciente, do pensamento elevado e da gratidão. Desperdiçamos tamanha beleza — nas manhãs, no sorriso alheio, nas relações humanas — quando nos tornamos indiferentes.

Ao retomarmos o hábito de valorizar o “insignificante” — a flor na rua, o canto de um pássaro — resgatamos a percepção espiritual que nutre a harmonia interior e fortalece nossos laços com o Criador e com o próximo. Esse pequeno despertar conjuga pensamento lúcido e coração desperto, honra a imortalidade do Espírito e o princípio de regeneração. Assim, tornamo-nos instrumentos de progresso, para nós mesmos e para os outros.

Referências

  • Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. 1857.
  • Kardec, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 1864.
  • Kardec, Allan. Revue Spirite (1858–1869), publicação oficial de Allan Kardec.
  • Wikipedia. Artigos: “Lei do Progresso”; “Revue Spirite”; “O Livro dos Espíritos”; “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
  • Download Espírita. Revista Espírita — Edição de 1862. Disponível em: download.espiritismo.net.

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