Introdução
Vivemos uma época marcada por conflitos,
catástrofes naturais e crises morais que colocam à prova a fé e a esperança da
Humanidade. Ao mesmo tempo em que assistimos a atos de violência, corrupção e
desespero, também testemunhamos homens e mulheres que se dedicam à oração, à
propagação das mensagens evangélicas e à prática do bem.
Este artigo busca refletir sobre a importância da
oração e da vivência do Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita,
codificada por Allan Kardec, destacando o papel dessas práticas na regeneração
moral da Humanidade e na renovação das energias espirituais do planeta.
Oração em
meio ao caos
No cotidiano de um investigador, absorvido por
crimes e pela violência social, o simples pedido da esposa para ajudá-la a
escolher a cor das cortinas do quarto do bebê mostrou como o amor e a ternura
podem coexistir com os cenários mais sombrios.
De modo semelhante, em um mundo convulsionado por guerras, injustiças e crises,
a oração e a lembrança das lições do Mestre de Nazaré parecem, à primeira
vista, pequenas ou deslocadas. No entanto, como ensina Kardec em O Livro dos
Espíritos (questões 659-664), a prece é um ato de adoração que aproxima o
homem de Deus, fortalece-o nas provas e pode até mesmo interceder em favor do
próximo, quando feita com sinceridade e fé.
A força
moral da oração
No capítulo XXVII de O Evangelho segundo o
Espiritismo, Kardec reuniu instruções dos Espíritos sobre a eficácia da
prece. Ensinaram eles que a oração não muda as leis divinas, mas pode modificar
nossa disposição espiritual, atrair bons Espíritos, afastar influências
inferiores e inspirar atitudes mais equilibradas.
Assim, quando grupos de pessoas se reúnem, seja em
templos, em lares ou em ambientes virtuais, para estudar o Evangelho e orar
pela Humanidade, criam correntes de pensamento e vibração capazes de suavizar a
atmosfera psíquica do planeta. A Revista Espírita (abril de 1861) já mencionava
esse efeito coletivo da oração, relatando experiências de reuniões que
irradiavam paz para além de seus participantes imediatos.
O papel
do Espiritismo na regeneração
A Doutrina Espírita recorda-nos que estamos em
período de transição — do mundo de expiações e provas para o mundo de
regeneração (A Gênese, cap. XVIII). Essa mudança não se dará por
catástrofes materiais apenas, mas sobretudo pela transformação moral dos
indivíduos.
As preces, os estudos evangélicos e as práticas de
solidariedade contribuem para acelerar essa renovação, inspirando consciências,
fortalecendo corações e ajudando a neutralizar forças contrárias ao progresso
espiritual.
Conclusão
O mundo, em sua noite escura de desesperança,
encontra luz nos que oram, estudam e difundem a mensagem do Cristo. Não se
trata de fuga da realidade, mas de ação concreta no campo moral e espiritual da
Humanidade.
Enquanto alguns acreditam que a oração é inútil
diante das guerras e injustiças, o Espiritismo nos ensina que ela é uma força
viva, capaz de modificar pensamentos, atrair recursos espirituais e abrir
caminhos de paz.
Cabe a cada um de nós, portanto, somar nossas
vibrações de amor e esperança, confiando que, como disse Jesus,
“bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus”
(Mateus 5:9).
Referências
- KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos.
- KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo.
- KARDEC, Allan. A Gênese.
- KARDEC, Allan. Revista Espírita (1858-1869).
- Momento Espírita. Enquanto o amor não faz morada na Terra.
Disponível em: momento.com.br.
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