domingo, 31 de agosto de 2025

ORAÇÃO E ESPERANÇA EM TEMPOS DE DOR
- A Era do Espírito -

Introdução

Vivemos uma época marcada por conflitos, catástrofes naturais e crises morais que colocam à prova a fé e a esperança da Humanidade. Ao mesmo tempo em que assistimos a atos de violência, corrupção e desespero, também testemunhamos homens e mulheres que se dedicam à oração, à propagação das mensagens evangélicas e à prática do bem.

Este artigo busca refletir sobre a importância da oração e da vivência do Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, destacando o papel dessas práticas na regeneração moral da Humanidade e na renovação das energias espirituais do planeta.

Oração em meio ao caos

No cotidiano de um investigador, absorvido por crimes e pela violência social, o simples pedido da esposa para ajudá-la a escolher a cor das cortinas do quarto do bebê mostrou como o amor e a ternura podem coexistir com os cenários mais sombrios.


De modo semelhante, em um mundo convulsionado por guerras, injustiças e crises, a oração e a lembrança das lições do Mestre de Nazaré parecem, à primeira vista, pequenas ou deslocadas. No entanto, como ensina Kardec em O Livro dos Espíritos (questões 659-664), a prece é um ato de adoração que aproxima o homem de Deus, fortalece-o nas provas e pode até mesmo interceder em favor do próximo, quando feita com sinceridade e fé.

A força moral da oração

No capítulo XXVII de O Evangelho segundo o Espiritismo, Kardec reuniu instruções dos Espíritos sobre a eficácia da prece. Ensinaram eles que a oração não muda as leis divinas, mas pode modificar nossa disposição espiritual, atrair bons Espíritos, afastar influências inferiores e inspirar atitudes mais equilibradas.

Assim, quando grupos de pessoas se reúnem, seja em templos, em lares ou em ambientes virtuais, para estudar o Evangelho e orar pela Humanidade, criam correntes de pensamento e vibração capazes de suavizar a atmosfera psíquica do planeta. A Revista Espírita (abril de 1861) já mencionava esse efeito coletivo da oração, relatando experiências de reuniões que irradiavam paz para além de seus participantes imediatos.

O papel do Espiritismo na regeneração

A Doutrina Espírita recorda-nos que estamos em período de transição — do mundo de expiações e provas para o mundo de regeneração (A Gênese, cap. XVIII). Essa mudança não se dará por catástrofes materiais apenas, mas sobretudo pela transformação moral dos indivíduos.

As preces, os estudos evangélicos e as práticas de solidariedade contribuem para acelerar essa renovação, inspirando consciências, fortalecendo corações e ajudando a neutralizar forças contrárias ao progresso espiritual.

Conclusão

O mundo, em sua noite escura de desesperança, encontra luz nos que oram, estudam e difundem a mensagem do Cristo. Não se trata de fuga da realidade, mas de ação concreta no campo moral e espiritual da Humanidade.

Enquanto alguns acreditam que a oração é inútil diante das guerras e injustiças, o Espiritismo nos ensina que ela é uma força viva, capaz de modificar pensamentos, atrair recursos espirituais e abrir caminhos de paz.

Cabe a cada um de nós, portanto, somar nossas vibrações de amor e esperança, confiando que, como disse Jesus, “bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5:9).

Referências

  • KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos.
  • KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo.
  • KARDEC, Allan. A Gênese.
  • KARDEC, Allan. Revista Espírita (1858-1869).
  • Momento Espírita. Enquanto o amor não faz morada na Terra. Disponível em: momento.com.br.

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