sexta-feira, 1 de agosto de 2025

VERDADES EM CRISE: UMA LEITURA ESPÍRITA SOBRE PRECONCEITO, MEDO E TRANSIÇÃO PLANETÁRIA
- A Era do Espírito –
 

Sugestão de tema para estudo, roda de conversa ou palestra doutrinária:
Como discernir os sinais da transição do planeta sob a ótica espírita?

Vivemos tempos de grande confusão moral e social. Em meio a narrativas conflitantes, injustiças evidentes e dores coletivas, muitas consciências despertam para a urgência de compreender o mundo à luz de uma moral mais elevada.

A Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, oferece elementos valiosos para analisar os acontecimentos contemporâneos, sem fanatismo ou superficialidade. O poema reflexivo apresentado a seguir, de autoria do médico e articulista espírita Luiz Carlos D. Formiga, é um espelho simbólico de dilemas profundos da atualidade. Cada estrofe nos permite uma leitura espírita e educativa sobre os desafios da nossa época.

1. Preconceito e Opressão: a marcha do progresso moral

“Preconceito? Não é imaginação!
Vivemos momentos de muita opressão.”

A Doutrina Espírita ensina que a humanidade progride moral e intelectualmente, embora de maneira desigual e com conflitos. O preconceito, como forma de ignorância e orgulho, é um dos grandes entraves ao progresso moral. (O Livro dos Espíritos, questões 785 e 794)

A opressão, vista como imposição violenta contra liberdades individuais, revela ainda a predominância das paixões humanas inferiores. Mas, segundo Kardec, o mal é transitório, e o progresso é lei natural:

“A humanidade progride por uma força natural.”
(O Livro dos Espíritos, questão 778)

2. Crises sociais e sinais dos tempos

“Principalmente depois de ‘bidens’ eleição.
Pandemia, medo, implacáveis perseguições,
Crueldades, torturas de inocentes em prisões.”

Esses versos mencionam eventos políticos e sanitários recentes, que podem ser lidos como reflexos das grandes transições sociais e morais que o mundo atravessa — a chamada fase de regeneração, segundo A Gênese, cap. XVIII.

A pandemia, o medo, a desinformação e os conflitos ideológicos expõem a luta entre o velho mundo de injustiças e a nova era de consciência solidária que está se formando.

“São os estremecimentos da construção social, abalada em seus fundamentos.”
(A Gênese, cap. XVIII, item 27)

3. A urgência da união espiritual

“Urgente união das religiões do Amor em orações.”

O Espiritismo reconhece todas as religiões que promovem o bem e o amor ao próximo como instrumentos válidos de elevação moral. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. I, item 8)

A união em oração e ações fraternas é uma necessidade espiritual urgente diante das provações coletivas. Trata-se da vivência da lei de caridade, que transcende rótulos religiosos:

“Fora da caridade não há salvação.”
(O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XV)

4. A inversão de valores morais

“Prendem-se homens de bem e libertam-se marginais.”

A inversão de valores é um tema recorrente nas obras de Kardec. Isso ocorre quando o interesse material sobrepuja a justiça e a ética, algo comum em sociedades ainda materialistas e egoístas.

O Espiritismo denuncia essa inversão como sinal de atraso espiritual e alerta que a verdadeira justiça virá da Lei Divina, mesmo quando a justiça humana falha.

5. Integração da fé e da ciência

“Integremos fé à ciência, não ignoremos saberes ancestrais.” (**)

Essa linha ressoa diretamente com o tripé do Espiritismo: ciência, filosofia e consequências morais. Kardec afirma que a fé verdadeira deve ser raciocinada e compatível com os conhecimentos científicos, sem dogmas cegos.

Além disso, o reconhecimento dos saberes ancestrais — como os de tradições espirituais e filosóficas antigas — encontra eco no respeito à pluralidade de manifestações espirituais e culturais:

“O Espiritismo marcha com o progresso, nunca será ultrapassado.”
(A Gênese, cap. I, item 55)

6. O perigo da manipulação e da falsa narrativa

“Vai ser muito triste quando eu descobrir que a narrativa me levou a escolher o lado errado.”

Essa reflexão é valiosa à luz da advertência feita pelos Espíritos sobre a necessidade de discernimento. Kardec insistiu na liberdade de pensamento e análise crítica, inclusive quanto às ideias espíritas.

O Espiritismo ensina que não se deve aceitar cegamente nenhuma narrativa — seja política, religiosa ou ideológica —, mas submetê-la à razão, à moral e ao bom senso:

“É preferível repelir dez verdades do que aceitar uma só mentira.”
(O Livro dos Médiuns, item 230)

7. A limitação humana no julgamento completo das situações

“A verdadeira vantagem criativa consiste em obter a resposta certa, quando se tem apenas a metade dos dados...”

Essa ideia remete à imperfeição do conhecimento humano. O Espiritismo reconhece que o homem, em seu estado atual, não detém a verdade absoluta, mas está a caminho dela. Daí a importância da humildade, do estudo contínuo e do não julgamento precipitado.

Conclusão

Este texto expressa, em forma crítica e reflexiva, a tensão entre a busca por verdade e justiça e a realidade de um mundo ainda marcado por sofrimento e confusão moral.

A Doutrina Espírita, ao propor uma visão evolutiva do ser humano e da sociedade, oferece ferramentas sólidas para compreender e enfrentar esses desafios com discernimento, amor, oração e ação moral consciente.

Texto-base:

Poema de Luiz Carlos D. Formiga“Preconceito? Não é imaginação!” (disponível em artigos doutrinários publicados em sites espíritas)

Referências doutrinárias:

  • KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. FEB.
    Questões 778, 785 e 794.
  • KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. FEB.
    Cap. I (item 8) e Cap. XV.
  • KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. FEB.
    Item 230.
  • KARDEC, Allan. A Gênese. FEB.
    Cap. I (item 55) e Cap. XVIII (item 27).

 

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