sábado, 27 de setembro de 2025

EVANGELIZAÇÃO INFANTO-JUVENIL:
PILAR PARA O FUTURO DA HUMANIDADE
- A Era do Espírito -

Introdução

A sociedade contemporânea enfrenta desafios cada vez mais complexos: violência crescente, banalização do egoísmo, fragilidade das relações humanas e a perda de referenciais ético-morais. Nesse cenário, a educação moral e espiritual das novas gerações assume um papel central. O Espiritismo, codificado por Allan Kardec, reconhece na evangelização infanto-juvenil um instrumento essencial de transformação individual e coletiva. Não se trata apenas de instruir mentes jovens, mas de preparar consciências para um mundo de regeneração, em sintonia com a proposta evangélica de Jesus e com as leis divinas.

Evangelização como Projeto de Regeneração

Desde as primeiras décadas do movimento espírita, a preocupação com a educação moral esteve presente. A Revista Espírita (1860, abril) já alertava para a necessidade de instruir e esclarecer desde cedo, indicando que os Espíritos reencarnam trazendo tendências do passado e que cabe à educação moldar, corrigir e despertar valores latentes. Kardec, em O Livro dos Espíritos (questões 383 a 385), explica que a infância é fase privilegiada para a assimilação de princípios, pois o Espírito está mais acessível às influências educativas e menos sujeito às paixões que afloram na adolescência.

Essa perspectiva nos leva a compreender a evangelização como mais que uma atividade de Centro Espírita: é uma tarefa social e espiritual, capaz de prevenir desequilíbrios futuros e semear as bases de uma humanidade mais justa e fraterna.

O Papel dos Centros Espíritas e das Famílias

Nos tempos atuais, em que a infância é impactada pela tecnologia, pela hiperexposição a estímulos imediatistas e pelo consumismo, as Casas Espíritas devem se reinventar em suas práticas de evangelização. É preciso oferecer metodologias criativas, pedagógicas e cativantes, que utilizem recursos artísticos, musicais e narrativos como caminhos de sensibilização.

Entretanto, o esforço não pode ficar restrito às casas espíritas. Kardec lembra, em O Evangelho segundo o Espiritismo (cap. XIV, item 9), que a família é um núcleo essencial de progresso moral, onde os pais assumem a missão sagrada de educar Espíritos reencarnados. Assim, cabe aos responsáveis incentivar a participação das crianças na evangelização, introduzi-las no hábito da oração, do Evangelho no Lar e do cultivo de valores de amor e solidariedade.

Educação Moral como Antídoto ao Egoísmo

Um dos maiores entraves ao progresso humano é o egoísmo, apontado em O Livro dos Espíritos (q. 917) como a imperfeição mais difícil de vencer. E é justamente pela educação, desde a infância, que se podem despertar valores que neutralizem essa tendência. A evangelização, portanto, não é mera atividade complementar, mas uma profilaxia espiritual e social.

A sociedade do futuro — que o Espiritismo denomina mundo de regeneração — será construída a partir de Espíritos educados para o amor, a justiça e a fraternidade. Se deixarmos a juventude entregue apenas aos apelos do imediatismo materialista, corremos o risco de perpetuar ciclos de violência e desigualdade.

Conclusão

Educar espiritualmente crianças e jovens é investir no futuro da humanidade. A evangelização infanto-juvenil, quando conduzida com amor, criatividade e compromisso, cumpre o papel de despertar consciências, formar cidadãos éticos e preparar a sociedade para a era de regeneração. Como nos lembra a lição do Cristo, “deixai vir a mim os pequeninos” (Mateus 19:14), a infância é terreno fértil para a semeadura do bem. A nós, pais, educadores e espíritas, cabe a responsabilidade de cultivar essas sementes com dedicação, a fim de que floresçam em frutos de luz, esperança e fraternidade.

Referências

  • KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 87. ed. FEB, 2022.
  • KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 91. ed. FEB, 2023.
  • KARDEC, Allan. Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos (1858-1869).
  • PASSOS, Victor. “Necessidade de Evangelização Infanto-Juvenil”. Artigo.
  • PESTALOZZI, Johann Heinrich. Cartas sobre Educação Infantil. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

 

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