quarta-feira, 10 de setembro de 2025

A FORÇA DO PENSAMENTO
- A Era do Espírito -

Introdução

O pensamento é uma das mais notáveis expressões da inteligência humana. Desde os tempos antigos, filósofos e cientistas investigam sua natureza e poder. Hoje, pesquisas em neurociência, psicologia e até mesmo em experiências telepáticas apontam para uma realidade que vai além da mera atividade cerebral: o pensamento é uma energia criadora, capaz de influenciar não apenas a mente humana, mas também o ambiente e os laços espirituais que nos cercam.

A Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec no século XIX, trouxe explicações lúcidas sobre a natureza do pensamento, vinculando-o ao Espírito, ser inteligente da criação. Na Revista Espírita, Kardec analisou fenômenos de transmissão mental, mediunidade e a força moral da prece, antecipando debates que a ciência atual continua a explorar.

O Pensamento como Energia

Pesquisas modernas, como as de Joseph Rhine na Duke University, reforçaram a possibilidade de transmissão telepática, isto é, a comunicação de mente a mente sem recursos materiais. Experiências em programas espaciais também alimentaram reflexões sobre a força do pensamento, mostrando que ele não encontra barreiras em distância, tempo ou matéria.

No campo espírita, isso é perfeitamente compreensível: o pensamento é atributo do Espírito, e não apenas do cérebro físico. Kardec já afirmava que a alma atua sobre a matéria por meio do perispírito, transmitindo sua vontade e impressões. Assim, o pensamento não é limitado pelas condições físicas, mas se projeta no espaço, alcançando outros Espíritos e influenciando a vida ao redor.

A Prece como Comunicação com Deus

Quando elevamos nossos pensamentos a Deus, não necessitamos de meios materiais. Como ensina O Livro dos Espíritos, a prece é um ato de adoração e comunhão íntima com o Criador, que se faz presente em nossa consciência e em nossa vida.

Não há distância que impeça essa ligação. A resposta divina se manifesta por intuições, por circunstâncias que nos orientam e, sobretudo, pela voz da consciência, expressão da lei natural inscrita em nós. Nesse sentido, a prece adquire um caráter racional: sabemos que nos dirigimos a uma Inteligência Suprema, reconhecida pela ordem e harmonia do Universo, e não a uma abstração ou acaso cego.

Responsabilidade Moral do Pensamento

A força do pensamento, porém, não é apenas fonte de consolo ou pesquisa científica: é também um campo de responsabilidade moral. Cada ideia, sentimento ou desejo emitido pelo Espírito repercute em sua própria vida e na vida coletiva. Na Revista Espírita (julho de 1860), Kardec destacou que os pensamentos têm ação magnética, podendo ser benéficos ou nocivos conforme sua qualidade moral.

Isso nos convida à vigilância interior. A cada dia, somos emissores e receptores de vibrações que constroem ambientes espirituais. Cultivar pensamentos elevados é, portanto, uma forma de caridade silenciosa e contínua, beneficiando a nós mesmos e àqueles com quem convivemos.

Conclusão

A força do pensamento é um dos maiores testemunhos da imortalidade da alma e da sua ligação com Deus. Pela ciência, vislumbramos sua natureza energética e extrafísica; pelo Espiritismo, compreendemos seu alcance moral e espiritual. Cabe-nos, então, utilizar essa faculdade divina de forma consciente, cultivando pensamentos de fé, esperança e fraternidade, que se irradiam como luz no mundo.

Referências

  • KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 1857.
  • KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 1864.
  • KARDEC, Allan. Revista Espírita (1858-1869).
  • PIRES, José Herculano. No Limiar do Amanhã. São Paulo: Paideia, 1976.
  • RHINE, Joseph. Extra-Sensory Perception. Duke University, 1934.

 

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